Nado, com a bola nos pés! - A história do futebol palmarino em capítulos

O futebol arte, alegria e desconcertante, às vezes técnico dos filhos de seu Zezinho quase ofuscou a sua trajetória de vida e luta em União dos Palmares. Um homem que quando migrou para Alagoas ainda não existia o legado de Zumbi dos Palmares. Como se ver: Seu Zezinho foi, talvez, o primeiro guerreiro de uma terra forte na sua economia graças ao poder da cana de açúcar. De um carisma que impressionava, seu Zezinho, oriundo da cidade de Correntes-PE fez amigos jogando futebol com figuras da cidade como Eziquio Correia, Betinho da Água entre outros parceiros de sua época. Foram 11 filhos que ele teve com a professora Nilda Leão, uma das mais belas jovens de sua época, cujo rosto angelical atraiu a muitos, mas foi seu Zezinho a quem ela resolveu entregar o seu coração até a sua morte. Dos homens, 4-5 deram para bola. Se não fizeram carreira o destino fez de sua ironia uma grande besteira, mas dos que estreitaram laços de amizade. a bola foi a grande ponte. Quero citar Linaldo Praxedes(Nado) não era zambeta como o saudoso Mané Garrincha que encantou o mundo, mas fez de seus dribles algo parecido. Muito parecido. Nado envergou a camisa do Zumbi Esporte Clube durante 10 anos. Vestia calções curtíssimo e ainda por cima dava 2-3 dobras. Alguns companheiros de time usava um óleo danado nas coxas que brilhava mais do que a luz de um farol sinalizador para embarcações. Nado, não. Camisa por dentro do calção, costeletas as vezes comprida do tipo Elvis Presley e em outros momentos bigode. Modismo da época. Tudo temporário. O apertado campo do Zumbi, mas na verdade era o campo da rua Nova, o torcedor do Pantera Verde, tinha uma corda que dividia os fanáticos com suas estrelas da bola. Nado arrasava, arrebentava pela ponta Direita. Sua fama deixava de orelha em pé seus marcadores quando em União dos Palmares enfrentavam o Zumbi de Nado. Tinha um drible que era o seu cartão de visitas. Passava o pé por sobre a bola e fazia muitas vezes que ia e não ia. Difícil não botar o seu adversário(marcador) para não dançar. O delírio da torcida era uma certeza. Cabeceava bem, mas forte mesmo, Nado era nos cruzamentos com bola. Tudo milimétrico. Nado era a certeza de vitória, me faz lembrar muito o antigo jargão do futebol brasileiro: Com Nado em campo não há placar em branco. Era verdade. Essa passagem cabia certinho em Linaldo Praxedes. A seguir: Nado botou Dida da seleção brasileira e do Flamengo no banco. Você sabia? Quantos clubes Nado defendeu naquela época? No próximo capítulo de Nado, difícil de marcar!( Por Ivan Nunes – biógrafo e jornalista)

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